“Toda desgraça do mundo vem de uma noção personalizada do “eu” ou do
“nós”. Essa noção encobre a essência de quem você é. Quando você não se dá
conta dessa essência interior, acaba sempre causando algum tipo de desgraça. É
muito simples. Quando não sabe quem é, você cria um “eu” na mente para
substituir o seu lindo e divino ser e se agarra a esse “eu” amedrontado e
carente.
“A partir do momento em que faz isso, sua grande força motivadora passa a
ser proteger e valorizar essa falsa noção do “eu”.
“Há muitas expressões usadas frequentemente que mostram que as pessoas
não sabem quem são. O mesmo acontece às vezes com a estrutura da língua.
Dizemos: “Ele perdeu a vida num acidente de carro” ou “A minha vida”, como se a
vida fosse alguma coisa que se possa possuir ou perder. A verdade é: você não
possui uma vida, você é a vida. Você é a vida única, a consciência única que
permeia todo o universo e assume temporariamente a forma de pedra, folha,
animal, pessoa, estrela ou galáxia.
“Consegue perceber que, lá no fundo, você já sabe disso? Consegue
perceber que você já é isso?”
(“O Poder do Silêncio”, Eckhart Tolle)
Com base neste pensamento,
vamos fazer uma meditação.
Sente-se confortavelmente,
de pernas cruzadas ou com os pés no chão, sentados numa poltrona ou cadeira. Procure
então acalmar a sua mente. De olhos fechados, leve a atenção a sua respiração. Inalando
e exalando com suavidade, pausadamente. Mantenha-se com esta respiração
pausada, tranquila, e imagine agora uma pedra, qualquer pedra. Procure perceber
a vida mineral que existe nesta pedra. Perceba que dentro desta pedra e fora
dela há uma grande troca atômica, molecular. É a vida que pulsa na pedra. Tente
perceber que o pulsar desta vida da pedra, que pertence ao reino mineral, é o
mesmo pulsar de vida que existe em você. É o pulsar de vida de toda a natureza.
Agora, imagine uma
árvore, um arbusto ou qualquer coisa que represente a vida do reino vegetal.
Uma flor, uma folha, um fruto e veja uma flor, por exemplo, o seu desabrochar.
Veja, perceba um galho de um arvoredo nascendo brotos de folhas. Veja uma
árvore dando frutos. Imagine as raízes desta árvore ficadas na terra, sugando a
seiva da terra. Veja esta seiva alimentar toda esta árvore – suas folhas, suas
flores, seus frutos – e saiba que tudo isto é vida, é o pulsar da vida. Perceba
que o mesmo pulsar da vida de uma planta está em você. É a mesma vida que
pulsa!
Agora imagine um
animal na natureza ou que você tenha na sua casa, um gatinho, um cachorro,
qualquer animal. Perceba as atitudes deste animal – o seu instinto, o instinto
de sobrevivência, o seu instinto de proteção. Perceba que todas as atitudes que
existem no animal, também existem em você. É a vida que pulsa num animal. É a
vida que pulsa em você em níveis de consciência diferentes, mas em todos eles é
o pulsar da vida. São níveis de consciência diferentes. Do reino mineral como
pedra, como um cristal; do reino como uma pequena plantinha rasteira ou uma
grande e frondosa árvore; como um animal, desde aquele animal mais selvagem,
agressivo, com grande instinto de proteção, de sobrevivência, até aquele animal
doméstico, que te afaga cheio de carinho. São níveis de consciência diferentes
até alcançar o nível do ser humano, que se autoconhece. Mas, em todos eles
existe o pulsar da vida, o que nos faz crescer, o que nos faz conscientes. Cada
reino no seu nível de consciência, até nós atingirmos esta autoconsciência.
Perceba que a partir
desta autoconsciência, onde num primeiro momento existe uma grande
separatividade, onde nós partimos deste nível de consciência individualizada e
vamos rumo à consciência coletiva, mantendo a nossa individualidade, mantendo a
nossa identidade, mas inteiramente integrado e relacionado com o Todo. Até nós
vibrarmos como um grande ser que é a nossa Terra, quando nos sentimos
integrados a tudo que pertence ao nosso planeta. Nos transformamos nesta grande
consciência, na qual chamamos de Gaia, o nosso planeta Terra.
Perceba a vida do
planeta, este pequeno planeta, do qual nós fazemos parte; um pequeno planeta,
do qual momentaneamente, temporariamente, pertencemos a ele. Sinta-se dentro
desta grande consciência chamada Terra a Mãe Terra ou para alguns, Gaia.
Perceba que este
planeta faz parte de uma grande vida do nosso sistema solar. E nosso sistema
solar faz parte de uma imensa vida chamada Via Látea, que por sua vez, pertence
ao Cosmos, junto com outras galáxias, perfeitamente integrada em todo o
Universo.
Perceba este
macrocosmo, do qual nós pertencemos, e também o microcosmo que existe dentro de
nós, que pertence a nós. Entre o macro e o microcósmico estamos nós, seres
humanos. Precisamos unir, integrar estes dois polos e perceber a totalidade da
vida, a vida única do Universo, a consciência única que permeia todo o
Universo.
Procure então ficar
mais um tempo neste estado de profunda paz e integração.
Namaste.
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