No meio da vida agitada e frenética da cidade, no meio dos urbanoides
seres que vão “de-lá-pra-cá” e de “de-cá-pra-lá”, na tentativa de suprir suas
vidas, deixando que a mecanicidade tome conta delas, existe alguém a bater, a
pulsar incessantemente, querendo chamá-las e dizer que existe. Mas poucos Lhe dão atenção e a maioria nem
sente a Sua presença, pois, ingenuamente, pensam que está lá fora, em lugares
inacessíveis.
Mas Ele, que é pleno de esperança, persevera a pulsar como quem
diz:
— Hei! Estou aqui! Pare! Pare um pouco! Se acalme! Não olhe tão
longe! Estou tão perto!
E os urbanoides seres agitados, sem tempo, enrijecidos e ingênuos
continuam sem parar, a fugir da sua realidade, muitas vezes sem saber que
foge. E continuam a procurar por
fora. Angustiados, sem nada entender,
vão os urbanoides seres da vida a vagar sem objetivos; a dar explicações em vão
daquilo que não sabem e que não veem.
Mas Ele não descansa. Está
sempre cheio de amor. Firme e
perseverante a pulsar e mostrar a Sua obra da vida, como quem diz:
— Não olhe tão longe! Não olhe por fora! Olhe por dentro, pois Eu
estou dentro! Estou dentro de tudo! Dentro da terra, das águas, das plantas,
dos animais e até dentro de você mesmo! Exatamente! Porque não! Você faz parte
da natureza! E Eu estou dentro de tudo que há na natureza! Pare de pensar que é
o maior! Deixe esse seu narcisismo de lado! Relaxe! Já que não quer olhar para
dentro de sua própria natureza e Me ver, ao menos olhe para dentro de uma
planta, por exemplo! Olhe para dentro da cor que ela transmite, mas olhe para
dentro de seu brilho e lá estou Eu a pulsar... Veja como Eu sou por dentro da
folha, flores e frutos! Veja a Minha variedade nas formas! Assim sou Eu dentro
de você, em cada órgão, músculo, osso e veia; em seus pensamentos, sentimentos,
emoções e sensações... Assim Me manifesto... Assim Me faço presente, potente e
ciente em tudo.
E Ele continua:
— Portanto, sinta a Minha presença no alimento que ingere, no ar
que respira, no som que escuta, nas palavras que diz, nas tarefas que faz.
Sinta a unidade da vida que em Mim existe. Sinta a harmonia, o equilíbrio e a
união que há nas várias formas na qual Me manifesto... Sinta a unidade que há
dentro da diversidade, e não separe nada... Não se exclua! Pense, sinta e viva
com os outros... O individualismo é apenas um passo no caminho; um período de
transição. Não pare nele! Cresça! Evolua! Viva a vida e não se deixe enrijecer
pelas contingências que a convivência urbana impõe! Não permita que a vida, que
é tão preciosa, escape por entre seus dedos! Viva cada momento como se fosse
único e eterno.
E os urbanoides seres agitados, sem tempo, enrijecidos e ingênuos,
vão pouco a pouco parando, refletindo e se encontrando.
E Ele, que é pleno de esperança, não se cansa de pulsar, pulsar,
pulsar...
(“Em Busca da Luz”, Roberto Nogueira)
Continuamente estamos com a Voz Divina a nos chamar para o caminho
da luz. Mas, devido aos condicionamentos
criados pelo egocentrismo da ignorância de si mesmo, nos afastamos do núcleo
divino. Preocupados com a efêmera
conquista terrena deixamos que a mecanicidade nos absorva, sem notar que uma
Presença de Luz pulsa dentro de nós.
Olhamos para fora, vagamos sem o objetivo de crescermos em espírito,
explicamos em vão o que não vemos, nem tampouco sabemos. Narcisistas de “caderninho”, não percebemos o
contraste das cores, a fragrância das flores, o canto dos pássaros – o
movimento da natureza. Não nos
conscientizamos de que é o Criador que está ali a pulsar incessantemente. Portanto, pare! Respire!
Sinta! Repare que seu coração
bate e te mantém a vida por causa Dele, o Criador. Não se exclua da Vida Maior. Relacione-se com tudo que há entre o Céu e a
Terra. Não se torne o cancro da sociedade! Não permita que a vida divina, que é tão
preciosa, escape por entre seus dedos!
Viva cada momento como se fosse único e eterno! Porque Ele, que é pleno de esperança, não se
cansa de pulsar, pulsar, pulsar...
Este é o eterno monólogo que, aos poucos, vai retirando as pessoas
da ignorância e fazendo com que elas reconheçam o poder, a glória, a
bem-aventurança do Criador; aquele que todos nós devemos reverenciar a cada
dia, a cada hora, a cada minuto, a cada instante; aquele a quem nós devemos nos
curvar, nos dobrar e aceitar a tudo que acontece na vida da gente como um
presente que chega para nos educar, para nos dar consciência cada vez mais
ampla, e que somos apenas um raio, uma fagulha da criação, uma centelha do
divino.
Então, feche seus olhos por um tempo. Respire e tente perceber
tudo que está a sua volta, tente perceber tudo que está em contato com sua pele,
sua roupa, o chão a cadeira. Tente perceber seus pensamentos. Não embarque
neles, apenas perceba. Perceba o movimento interno de seu corpo, de sua
respiração, seu ritmo respiratório, seu coração, o ritmo cardíaco, os vasos que
se enchem e se esvaziam, o fluxo do sangue por suas artérias e veias. Tudo isso
está conectado ao fluxo dos seus pensamentos. Sinta a vida... a vida que
sustenta seu corpo físico, seus órgãos, aparelhos e sistemas orgânicos, suas
células e tudo mais que faz parte de seu corpo. Sinta a vida em sua mente, em
seus pensamentos, em seus sentimentos que se expressam como emoções. Sinta a
vida que sustenta o seu Ser – o Ser espiritual, o Ser divino, esse Ser que te
dá essa particularidade, mas que faz parte da vida da Suprema Inteligência. A Suprema
Inteligência nos fez semelhante à Ela. O Criador é o poder maior e nós somos os
seus raios de ação. Deus age através de nós. Nós somos Deus em ação.
Namaste.
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