OṀ saha nāvavatu
Saha nau bhunaktu
Saha vīryaṁ karavāvahai
Tejasvināvadhītamastu
Mā vidviṣhāvahai
OṀ
śhāntiḥ śhāntiḥ śhāntiḥ
Hariḥ OṀ
Śhrī gurubhyo namaḥ
Hariḥ OṀ
Que Ele
[Senhor] proteja a nós dois.
Que Ele
[Senhor] nos nutra com [a realidade]
Que
trabalhemos com muito vigor
Que
nosso aprendizado tenha muita luz
Que não
haja conflito entre nós
Que haja paz paz paz
Senhor
Eu
saúdo a todos os mestres
Senhor
Mantras são vocalizações de poder que ativam sutis
energias espirituais; são orações milenares que transcendem o estado comum da
mente. Os livros sagrados, os Vedas,
falam: “mananāt trāyate iti mantraḥ”,
ou seja, “mantra: salva [ou preserva] da mente pensativa
[incessante]”. A palavra sânscrita mantra vem de duas raízes
verbais “man” (pensar) e “tra” ou “trai” (proteger,
salvar, preservar ou liberar). O mantra é uma energia em
forma de som, que protege o Ser da mente que está submersa nos prazeres dos
sentidos, que é dominada pelos sentidos.
Quando repetimos em um tom murmurante e continuamente um mantra, estamos fazendo japa. Quando praticamos mantras musicados, ou seja, com melodia,
estamos fazendo kīrtana (contar,
mencionar). Bhajanas, que significa reverência ou adoração, são canções devocionais com uma
estrutura musical mais complexa, pois suas frases são mais longas e são
cantadas em qualquer idioma. Sua prática nos abre o coração e vibramos em
escalas superiores da Alma, recebendo as benções que estas orações musicadas emitem.
Portanto, abram seu coração e aquietem sua mente, e deixem que o silêncio
interior, que a prática de bhajanas
nutre, permeie seu campo espiritual. Façam da música e do canto devocional um
caminho para Deus. Percebam que nos intervalos ela nos revela a linguagem do
silêncio.
Numa explicação
mais profunda, ao surgir o Universo, pela Vontade Divina, surgiu o som. O
Universo é vibração e esta provoca um som. Não há movimento sem som, bem como
não há vida sem vibrações. Tudo está em constante vibração. Os seres vivos
estão em vibração. Esta vibração emite um som sutil. O som primordial é a
vibração original, a matriz de todas as outras vibrações, substrato do Universo
todo. A diversidade da matéria universal multiplicou o som primordial
infinitamente. Este som primordial é o mantra “OM”,
o som original da manifestação do Universo. Deste som surgiu toda qualidade de
sons que representam todos os tipos de manifestações do Universo.
A combinação destes
sons estabelece vibrações específicas e sua aplicação regular leva a
determinados níveis de consciência, como também podem mudar completamente as
características de uma pessoa. Assim se processa o Mantra-Yoga. Pois,
quando se diz “... que salva ou preserva da mente pensativa”, a ideia básica é que
a combinação destes sons, sendo repetido regularmente pela pessoa, libera o praticante
do turbilhão mental identificado com o mundo dual. Consequentemente aumenta a
capacidade do campo consciente da mente. Esta expansão da consciência leva o praticante
a entrar em contato com o Ser Absoluto, o Eu Superior ou o Ātman.
Quanto ao mantra recitado acima, é uma invocação
de paz e lucidez, sendo recitado sempre antes dos estudos ou reuniões. Cabe
também uma explicação sobre os três śhāntiḥ, que significa “paz”. O primeiro śhāntiḥ é para a própria pessoa – para que ela tenha paz
interior, ou seja, em seu coração e mente. O segundo, é para o ambiente – para
que as pessoas que ela se relaciona, bem como toda a humanidade, tenha paz e
não haja desentendimentos nem guerras. O terceiro, é para a natureza – para que
a natureza se acalme e que não haja catástrofes, como terremotos, maremotos,
inundações, furacões e outros tipos de fenômenos naturais que causam
transtornos.
Namaste.
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