terça-feira, 29 de dezembro de 2020

O TERÇO MÍSTICO DE MÃE MARIA

 

A história de Mãe Maria (em hebraico, Miriam, que significa “Senhora da Luz”) é envolta em muitos mistérios, desde antes de seu nascimento. Maria de Nazaré é certamente a representação da força feminina mais importante de nossa era, não somente pela missão de trazer Yeshu’a (Jesus, em sua forma abreviada) ou Yehoshu’a (Josué, em sua forma longa) ao mundo, mas também, pela forma com a qual educou, conduziu e sustentou o Mestre até o momento de sua crucificação, demonstrando amor, fé e sabedoria. Podemos reparar 5 Grandes Iniciações durante a vida de Mãe Maria.

Para muitos, Maria é vista como a Grande Mãe, a Mãe Divina, uma santidade; para outros, apenas uma mulher, mãe de Jesus, mas todos a respeitam. Através de suas manifestações pelo mundo, Maria se identifica de diversas formas, com variados nomes, tornando-se muito cultuada.

 

O Nascimento de Maria (1ª Iniciação)

Seu nascimento envolve todo um preparo espiritual por parte de seus pais. Era necessário, apesar da boa conduta do casal, uma purificação e um aprofundamento de sua fé. Segundo os registros encontrados, Maria, filha de Ana e Joaquim, um judeu de posses da região de Nazaré, o qual sempre oferecia doações aos pobres e oferendas aos templos, foi proibido por um sacerdote de fazer doações, porque ele não tinha filhos, o que contrariava as leis judaicas. Por causa disso, Joaquim caiu em profunda tristeza e decidiu jejuar por 40 dias e 40 noites em uma montanha deserta, dizendo a si mesmo: "Não voltarei ao lar nem para comer ou beber, até que o senhor venha visitar-me. As minhas orações me servirão de bebida e comida aqui no deserto". Um dia, Ana lamentando a ausência do marido, dividida entre a dúvida da viuvez e a culpa de ser estéril, pedindo um esclarecimento ao Senhor, recebe a visita de um "anjo" que lhe diz: "Ana, o senhor ouviu as tuas preces. Eis que conceberás e darás a luz a um filho. E o fruto do teu ventre será conhecido em todo mundo". No mesmo dia, Joaquim ainda sobre a montanha, avista dois mensageiros de Deus (anjos) que lhe dirigiram a palavra: "Joaquim, o senhor ouviu tuas preces. Vá até tua mulher, porque ela conceberá em seu ventre". Joaquim retornou ao lar e, pouco tempo depois, Ana engravidou e no dia 8 de setembro deu à luz uma menina – Maria. Devido à sua natureza angelical, Maria sempre esteve sob a proteção do mundo angélico. Antes que ela tomasse um corpo físico, o mundo angélico prometeu ajuda-la, impregnando sua consciência com a Imaculada Concepção, que ela deveria manter para que o corpo físico de Yeshu’a pudesse se formar adequadamente.

 

A Educação de Maria (2ª Iniciação)

Ana dedicou Maria a Deus, construindo um santuário em seu quarto. Ao completar 3 anos, Maria é levada por seus pais ao templo essênio do Monte Karmel (Jardim ou Vinha do Senhor; karmo = jardim, campo fértil, vinha; el = Senhor) e lá permanece sob a tutela de Judite (sacerdotisa da comunidade) até os 12 anos de idade. Maria também recebe grandes ensinamentos sob a tutela de Zacariaḥ, o Sumo-Sacerdote do templo. Desde o momento em que foi levada ao templo, Maria viveu num estado de constante Graça, e o Arcanjo Gabriel, quando a encontrava, a reverenciava, dizendo: “Salve! Maria, cheia de Graça”! Em sua infância, Maria parecia ser solitária, apesar de brincar com outras crianças. Seus interesses eram diferentes daqueles no meio dos quais ela convivia. Enquanto outras crianças brincavam, Maria, em pensamento, embalava o mundo com seus braços infantis, canalizando o amor da Mãe Divina, através de sua contemplação amorosa. Nos estudos, ela meditava sobre as profecias do Velho Testamento. Após os doze anos de idade, Maria recebe treinamento diretamente de Arcanjo Gabriel referente à castidade, à pureza, ao amor, à paciência e a capacidade de suportar.

 

A Concepção de Yeshu’a (3ª Iniciação)

Maria se torna mulher e, antes de se casar com José, recebe a visita do anjo Gabriel, o qual anunciou à jovem sua concepção através da intervenção do "Espírito Santo". José era um homem mais velho e seu dever era proteger Maria, já que era considerada uma alma especial. Mas, ao saber que Maria estava grávida antes do casamento, José fica atordoado, não acreditando na fidelidade da virgem Maria. Então, José é visitado por uma entidade angelical (Arcanjo Gabriel) que lhe esclarece a situação. A partir daí todos conhecem a história.

O maior mistério atribuído a Maria é sobre a concepção virginal. Os evangelhos de Lucas e Mateus contam que Maria manteve-se virgem e que Jesus fora concebido pelo "Espírito Santo", ou seja, a fecundação de Maria aconteceu de forma "milagrosa", sem a participação de um pai natural. Mas, para Deus não há milagres, TUDO É POSSÍVEL.

Sabe-se que para que haja uma concepção, é necessário, no momento da fecundação, a presença de um óvulo (célula procriadora feminina) e de um espermatozoide (célula procriadora masculina), cada qual com seu material genético. O óvulo traz em si a energia da terra – receptiva, acolhedora e nutridora – e o espermatozoide, a energia do céu – ativadora, expansiva e criativa. São dois polos de igual importância, mas, que para uma encarnação divina, há necessidade de um material genético perfeito, divino ou celestial. Era de vital importância, para quem no futuro receberia a manifestação do Cristo Cósmico, ter um material genético do porte celestial.

A encarnação de um Messias, um Avatāra, requer, durante a concepção, da inseminação de uma energia totalmente pura no que se refere à contraparte masculina. José, apesar de ser um homem bondoso e de mente aberta para a época, não acumulava todas as prerrogativas; aliás, nenhum outro homem. Tratava-se de uma energia “avatárica”. Maria foi preparada para tal e sustentava um amor profundo. Sua genética era apropriada e necessitava de uma genética “avatárica” ou “messiânica” para conceber Yeshu’a, que só poderia advir da descida do Espírito Santo – a energia suprema. Assim foi concebido Yeshu’a.


A Sustentação da Missão de Yeshu’a (4ª Iniciação)

Apesar do comportamento doce e generoso que Maria demonstrava ter desde a infância e que a acompanhou durante toda sua vida, ela também foi uma mulher atuante e participativa. Quando Jesus, aos 30 anos, decidiu sair em pregação e revelar ao povo que era o Messias, ela continuou muito próxima dele. Costumava dar conselhos e broncas, mas também tratava de estimulá-lo nos momentos mais difíceis, quando ele desanimava, sentia medo ou dor. Vamos lembrar que Yeshu’a, apesar de ser um Avatāra, um Mashiaḥ (Messias, o Ungido), ele era um humano, feito de carne e osso. Ela acreditava piamente em tudo o que ele falava e queria ajudá-lo em sua missão, firme e forte durante toda sua vida.

É certo que Maria faz parte de um grupo de seres evoluídos que vieram para preparar a chegada de Jesus. É um Ser tão puro, que recebeu a missão nobre de conduzir Yeshu’a, o governador da Terra, modelo e guia da humanidade. Maria é sinônimo de amor e prova disto foi a sua resignação ao presenciar o sofrimento de seu filho, em nome do Amor pela humanidade. E é por isso que ela desperta tanta simpatia e admiração entre as pessoas.

Foi uma grande missão e um privilégio para Maria ajudar seu filho, Yeshu’a, a usar suas faculdades para glorificar a Luz e a Perfeição de Deus, que ele havia se comprometido a apresentar para a humanidade. José, Maria e Jesus moravam numa pequena e humilde cidade na Galileia, onde ele conviveu com aleijados, coxos, leprosos, possuídos, enfim, os doentes da mente e do corpo. Maria sempre ao seu lado, durante a infância, ensinando-o e incentivando-o a fazer o bem, despertando o seu potencial messiânico.

Mas, a grande prova para Maria ocorre durante os sete últimos dias de Yeshu’a entre o povo. Após Yeshu’a anunciar sua trajetória rumo à vitória sobre a morte, Maria faz a unção de Jesus, despertando nele toda a capacidade messiânica, que seria necessária, para que transpusesse, de modo triunfal, aqueles momentos de dor, desamor do povo em geral – afinal, foi o povo que o condenou – e total entrega aos propósitos divinos. Durante estes últimos dias, Maria ainda o encontra para dar-lhe força, porque o tormento da tentação era grande. A presença de Maria, como mãe e amparadora de um propósito divino, durante toda a Via Sacra, até o momento da Vitoriosa Conclusão sobre a morte, foi primordial para Yeshu’a.

 

A Ascensão de Maria (5ª Iniciação)

Maria, que já era um ser com consciência unificada e tendo consumado sua jornada na Terra, foi transubstanciada em corpo de luz, entrando no estado de consciência unificada glorificada. Maria morava na região rural de Éfeso[1] (atualmente, uma região da Turquia), no Monte Koressos. Sua casa se localizava neste monte, num terreno em elevação, à esquerda da estrada que vinha de Jerusalém, a umas três horas e meia de Éfeso, com vista para o Mar Egeu e para Éfeso. Nesta pequenina casa, construída pelo Apóstolo João, afastada da comunidade, Maria se isolava, a fim de se preparar para sua ascensão. Lá ela viveu os últimos nove anos de sua vida. Pessoas da comunidade levavam-lhe comida, flores e outras coisas importantes para sua vida solitária. Maria passou aqueles anos em meditação, analisando sua vida, a trajetória ao lado de seu filho amado, lembranças de José. Com idade avançada, tornava-se cada vez mais difícil subir aquele monte. Maria já vivia mais no mundo espiritual do que no mundo material. Neste período, João era quem mais ficava com Maria.

Nos seis dias finais (10 de agosto; o dia judaico começa ao pôr do sol), Maria pediu aos apóstolos e pessoas da comunidade que a deixassem a sós. Durante três noites e três dias permaneceu sozinha, jejuando e orando. Após estes dias, no dia 12 de agosto, os discípulos e apóstolos vieram ter com ela. Então, Maria anunciou que estava deixando o mundo físico e que em 15 de agosto sua ascensão se completaria. Maria abençoou a todos da comunidade e fechou seus olhos neste mundo, para abri-los primeiramente na presença de José e depois, então, ver Jesus.

Os discípulos colocaram seu corpo em uma tumba de pedra e lacraram-na. Três dias depois, 15 de agosto, conscientemente, entrei no Sagrado Coração de minha Presença, transubstanciando meu corpo em luz. Coloquei dentro da tumba uma rosa branca para cada um membro daquela comunidade, razão pela qual a rosa branca é, particularmente, querida aos que tomaram parte naquele Serviço Crístico. Quando os discípulos abriram a tumba, o corpo já não estava mais ali e apenas a fragrância das rosas estava em seu lugar.

 

A Orações do Terço Místico

Vocês encontrarão as clássicas orações católicas um pouco diferentes. Assim resolvi proceder, para sair do peso que têm algumas frases e que introduzem em nossas mentes uma eterna dependência a determinadas instituições.

Vocês poderão fazer o Terço Místico usando as orações completas e as curtas, em latim ou português. No terço clássico se fazem um total de 66 orações para perfazer todo o terço. No Terço Místico são 72 orações, pois, além de ser um número de intensa força espiritual, também terminamos o ritual exatamente onde iniciamos.

 

CREDO ou CREIO

Creio em Deus Pai-Mãe, o Princípio Único Todo-Poderoso, o Criador do Céu e da Terra, em Yeshu’a, o portador do Cristo Cósmico, aquele que encarnou da Luz, o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, a Mãe Cósmica, e pregou a doutrina da liberdade e do amor. Enfrentou a arrogância dos ímpios, foi crucificado e sepultado. Desceu aos infernos e na Santíssima Trindade de Deus-Pai-Mãe, Filho e Espírito Santo ressuscitou na Glória do Espírito. Permaneceu entre os apóstolos 40 dias, ascensionou e glorificou-se aos céus. És o Mediador deste mundo, defensor da eternidade e da virtude suprema, investido da força de Deus-Pai-Mãe, com o qual despertará na consciência daqueles que são puros, para separar os justos dos ímpios.

Creio no Espírito Santo, no Santuário de Deus vivo em mim, no Poder dos Seres de Luz e na Assembleia dos Anjos do Senhor, na remissão da ignorância, na ressurreição dos seres, na vida eterna. Amém.

Forma curta em latim: CREDO IN DEO UNUM, AETERNUM!

Tradução: Creio em Deus-Pai-Mãe único, eternamente!

 

PAI NOSSO

Pai nosso, que estais em tudo que criastes, santificado é o vosso nome; despertai o vosso Reino dentro de nós, criando vosso Reino de Unidade pela vossa vontade, unindo o céu e a terra. Dai-nos o alimento espiritual de cada dia. Perdoai nossa ignorância, assim como nós perdoamos nossos irmãos ignorantes. Que possamos estar livres dos vícios e tentações, livrando-nos do mal da ignorância. Pois, sois a fonte de toda vontade, o poder de toda ação e a glória da luz sublime, eternamente. Amém.

Forma curta em latim: PATER NOSTRUM, LUX UNIVERSALIS, LUX FULGURANTIS, PRO NOBIS VENITE. ÁMEM.

Tradução: Pai nosso, Luz universal, Luz que brilha como um raio, venha até nós!

 

AVE-MARIA

Ave Maria, cheia de Graça! O Senhor é convosco! Bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Yeshu’a. Amada Maria, Mãe Divina, rogai por nós, criaturas de Deus, agora e na hora da nossa vitória sobre a ignorância, a doença e a morte! Amém.

Forma curta em latim: AVE-MARÍA, GRATIA PLENA, PRO NOBIS VENITE. ÁMEM.

Tradução: Salve Maria, cheia de Graça, venha até nós!

 

GLÓRIA

Glória a Deus-Pai-Mãe, ao Filho, ao Espírito Santo, assim como era no princípio, é hoje e será para sempre. Vida sem fim (3x)

Forma curta em latim: GLORIAM DEI PER OMNIA SAECULA, SAECULORUM, SAECULORUM. ÁMEM.

Tradução: Glória a Deus-Pai-Mãe em todas as ciosas, eternamente e sempre!

 

SALVE RAINHA

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, Vida, Doçura e Esperança nossa. A Vós bradamos os descendentes filhos da terra. Por Vós suspiramos, ó puríssima Mãe Maria! Eia pois, advogada nossa, desses Vossos olhos misericordiosos, à nós voltai, e depois deste exílio, que foi a nossa peregrinação neste mundo de carne, mostrai-nos o Verbo Divino, bendito fruto do Vosso ventre, ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce Mãe Maria. Rogai por nós, Santa Mãe Divina, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Forma curta em latim: SALVE REGINA, MATER NOSTRAM!

Tradução: Salve Rainha, nossa Mãe!

 

CONSAGRAÇÃO A MÃE MARIA

Ó minha Amada Mãe Maria! Eu me ofereço todo a vós e, em prova de minha devoção para convosco, vos consagro meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração e inteiramente todo o meu ser. E porque sou vosso, ó incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como filho vosso. Amém.

Forma curta em latim: SALVE MARÍA, TIBI OFFERUM MEIPSUM

Tradução: Salve Maria, eu me ofereço a você!


O TERÇO MÍSTICO DE MÃE MARIA

Antes de começar o Terço Místico de Mãe Maria, formule uma intenção, ou seja, alguma Graça a pedir, alguma virtude a adquirir ou alguma vitória sobre a ignorância, a doença ou a morte. Faça o Sinal da Cruz, conforme é feito nos cultos orientais, traçando-o da seguinte maneira: tocam-se, com a ponta dos três dedos unidos (polegar, indicador e dedo médio) – representação a Santíssima Trindade –, os outros dois dedos (anelar e mínimo) ficam encostados na palma da mão – representação das duas naturezas humanas, isto é, a material e a divina. Em sequência a testa, a região do umbigo (e não o peito[2]), o ombro direito e o ombro esquerdo, acompanhando o movimento com a fórmula verbal: Em nome de Deus Pai-Mãe (toca-se a testa e em seguida a região do umbigo), do Filho (toca-se o ombro direito), e do Espírito Santo (toca-se o ombro esquerdo). Mãos-à-obra!

Comece pelo Credo, onde está localizada a cruz. Prossiga conforme está na figura acima: Pai Nosso, 3 Ave Marias, Glória, Pai Nosso (onde está localizada a imagem de Mãe Maria, na bifurcação). A partir daqui, começam as Consagrações às Iniciações de Maria. Antes de iniciar as séries de 10 Ave Marias, em cada uma das 5 Iniciações, faça uma reflexão sobre cada uma delas, de acordo com a etapa que se encontra no Terço Místico. No intervalo entre as Iniciações faça as orações Glória e Pai Nosso. As Iniciações estão descritas no início deste artigo.

Ao completar as Iniciações, você terá alcançado a imagem de Maria, na bifurcação do terço. Faça aqui a oração Salve Rainha. Prossiga até a cruz, fazendo as seguintes orações: Pai Nosso, 3 Ave Marias, Glória e Consagração a Mãe Maria.



[1] Alguns estudiosos dizem que Maria morou até o fim de sua vida física em Jerusalém no Monte Betânia

[2] Por que não no peito? Ao traçar a cruz indo até o peito apenas

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