Neste período, entre o final de um ano e
o começo do ano seguinte, comemoramos três grandes eventos que estão
interligados: o Natal, o Ano Novo e o Dia dos Três Reis Magos.
Através desses três eventos, relembramos,
respectivamente: (1) o mito do nascimento, (2) o nosso propósito nesta vida e,
(3) o apoio que teremos do Universo.
Assim, manifestamos o renascimento interno de cada um. Todos durante o signo de Capricórnio, que
vibra a nossa capacidade de nos responsabilizar pelos nossos próprios atos –
período de grande tomada de consciência.
A festa do Natal é, além da cerimônia de
renovação de nosso Cristo Interno no simbólico nascimento de nosso Amado Mestre
Yeshu’a (Jesus), o Cristo, mas também um ato simbólico feito pela humanidade
para expressar um fenômeno cíclico do Sol que, para o hemisfério sul se chama
solstício de verão, quando o dia se torna o mais longo do ano. Pois o Sol alcança o ponto mais alto
(perpendicular) em seu aparente percurso na abóbada celeste. Ele é o primeiro a ser comemorado, logo na
entrada do Sol no signo de Capricórnio, o que significa que é hora de avaliar e
reestruturar nossa vida, ficando apenas com o essencial e básico para que
possamos prosseguir em nossa jornada. A
energia de Capricórnio nos faz plantar as sementes de nossas intenções em solo
já enriquecido por nossas experiências passadas e esperar, pacientemente, a
colheita.
Apesar de Mestre Jesus não ter nascido
em 25 de dezembro, adotou-se esta data por ser um momento auspicioso, em termos
celestiais. Afinal, Jesus se tornou a
estrela guia de milhares de cristãos no plano terreno, e mesmo entre aqueles
que pertencem a outras culturas, ele é profundamente reverenciado. No plano
espiritual, cabe a ele, atualmente, o governo do planeta, irradiando a
Consciência Crística a todos os seres vivos.
Cabe,
agora, fazer um parêntesis para um comentário sobre Capricórnio. A energia deste signo é dotada de grande
força e ela nos dá a fundamentação para que possamos realizar fortes revoluções
em nossa Alma e, conseqüentemente, na sociedade em que vivemos (família,
trabalho, cidade, país, planeta). A
energia de Capricórnio nos traz prosperidade e abundância, bem como novas
idéias, relações mais elevadas e expansão da consciência. O principal objetivo de Capricórnio é
manifestar a verdade e trazer as Almas para o caminho da verdade. Sua energia nos impulsiona ao trabalho
interno para que possamos sublimar e transfigurar nossa personalidade e nossa
vida. Capricórnio nos mantém na reta
conduta e nos desenvolve o desejo de fazer o bem. Com isso, ganhamos a benção dos Seres
Iluminados, da Hierarquia e do Universo.
Capricórnio
é representado por três símbolos distintos, conforme o seu nível de
espiritualidade. O primeiro – a cabra –
possui grande força de ambição para ganhar dinheiro e alcançar a satisfação material. São altivos e bastante trabalhadores e fazem
de tudo para galgar altos postos. Neste
estágio, é preciso que a cabra se ajoelhe diante de uma poderosa força divina
para quebrar sua altivez, arrogância e orgulho.
Deste modo, Capricórnio se transforma no segundo símbolo – o crocodilo –
e mergulha na lama de seu ego inflado para vivenciar as exigências de seus karmas materiais, emocionais e
mentais. Neste estágio, deve aprender a
dominar a matéria, o dinheiro, o sexo, o orgulho, as ambições materiais, o medo
e os sentimentos de solidão, além de desenvolver a criatividade, a intuição e o
contato com as forças divinas. Após esta
etapa, atinge o terceiro símbolo – o unicórnio – e sobe as montanhas da vida
com determinação, e através da força de vontade domina as dificuldades. Seu chifre no meio da testa é o símbolo da
determinação apontada para uma única direção; é o Guerreiro Iniciado. Assim, Capricórnio transcende a si mesmo e se
torna um grande guerreiro da luz, um grande servidor da humanidade.
Voltando ao nosso tema, a Festa de Ano
Novo tem um grande significado, pois coincide com a entrada do mês de janeiro,
cujo nome faz uma alusão a Jano Bifronte – deus romano de origem indo-européia.
Esta figura mitológica representa o ponto de passagem do passado para o futuro,
ou seja, o presente. Com suas duas faces, uma voltada para trás, olhando o
passado, e outra voltada para frente, vislumbrando o futuro, ele apresenta seus
pés bem fincados ao chão, indicando que está firme no presente. Desta forma, ele
pode observar todas as mortes e nascimentos, todos os términos e começos, todos
os erros e acertos, todas as perdas e ganhos, enfim, todas as ações humanas. É
com esta clareza que devemos fazer este rito de passagem de um ano para o
outro, com sua tradicional queima de fogos de artifício e, através da pólvora,
com sua mistura de fósforo e enxofre, purificar os nossos corpos, abrindo
espaço para o novo e renovando nossos propósitos nesta existência.
No Natal, o nascimento de Jesus, é
anunciado por uma estrela (a estrela de Bethlehein), símbolo do alvorecer de
uma nova luz. Essa estrela encaminhou
três Reis Magos – Baltazar, Melchior e Gaspar –, que necessariamente não eram
reis, mas seres de alta envergadura espiritual. Eles expressam a universalidade
do momento e a comunhão entre os povos, pois vieram de pontos diferentes da
Terra, de culturas e costumes diversos (Índia, Pérsia e Arábia). Foram
norteados pela estrela para, através dela, levar as bênçãos celestiais,
oferecendo incenso, mirra e ouro. Os três presentes representam os três poderes
que o Universo nos concede para que possamos realizar nosso propósito nesta
vida. A mirra para que tenhamos força física e saúde; o incenso para que alcancemos
a sublimação nossas tendências egóicas como o orgulho, a avareza, a ira e a
inveja; o ouro para que possamos ser sempre uma luz espiritual para o mundo.
Outros dois
símbolos participam deste período que vai desde antes do Natal até Dia de Reis:
A Árvore de Natal e Papai Noel. A Árvore de Natal representa a Árvore da Vida
que, com suas raízes profundas, agarra-se a Terra e, com seu tronco esguio e
ereto, se abre aos Céus, estabelecendo a relação entre o Céu e a Terra. Seus
enfeites são nossos frutos, nossas criações mais valorosas e belas – o que
temos de melhor a oferecer para as pessoas. A seus pés, se acomodam os
presentes, ou seja, aquilo que o Universo nos reservou para que continuemos em
nossa trajetória evolutiva.
O Papai Noel é o símbolo da sabedoria e
da tradição, com suas longas barbas e extenso caminho percorrido até nossos
lares. Sendo o sábio, o Mestre Interno de cada um de nós, ele distribui os
presentes, os frutos que cada um receberá, conforme a trajetória que cumpriu
com suas ações até então. Sua roupa
vermelha é o símbolo da alegria e do princípio da vida, é o brilho do fogo
inicial, sempre renovado, que cada um de nós trás dentro de si.
Que neste período procuremos nos lembrar
e cultuar a magia deste momento!
NAMASTE
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