segunda-feira, 5 de outubro de 2020

OṀ MAṆIPADME HŪṀ HRῙḤ – O Mantra da Compaixão e da Purificação

OṀ MAṆIPADME HŪṀ HRĪḤ é o mantra do Buddha da Compaixão chamado de Avalokiteśhvara (o Ser Supremo que zela ou olha para baixo [o mundo]; ava = para baixo; lokita = zela, observa, vê ou olha; Ῑśhvara = Ser Supremo, Senhor) na Índia, Cherenzig ou Tara (aspecto feminino) no Tibete. Na China, é representado pela deidade feminina chamada Kuan Yin. De origem indiana, este mantra ficou bastante divulgado no Budismo Tibetano. Diz-se que Maṇipadma é outro nome, um epíteto, de Avalokiteśhvara. Portanto, neste mantra, invocamos Avalokiteśhvara, a energia da compaixão.




A repetição deste mantra promove muitas bênçãos e descida de energias divinas do Buddha da Compaixão para aquele que recita. Esta energia entra pelo topo da coroa (chakra coronário – sahasrāra chakra), desce por todo o corpo, irradiando-se para além dele, gerando um campo luminoso. Este mantra tem efeitos purificadores e curativos para si mesmo e para todos que estejam no seu raio de ação.

Ao entoar este mantra limpamos nosso campo mental, emocional, vital e físico. A longo prazo, este mantra dissolve energias desarmônicas (vícios) e reconstrói nossos centros psíquicos (chakras). Recitar OṀ MAṆIPADME HŪṀ HRĪḤ produz uma boa quantidade de bom karma e excelentes benefícios. Aumenta a inteligência e a capacidade de reter o que foi aprendido e tem um efeito calmante e curativo Veja a tabela:


Cada sílaba deste mantra tem uma ligação energética com uma
pāramitā. Vejamos: OṀ (generosidade), MA (conduta moral ou vigilância ou disciplina), ṆI (paciência), PA (esforço contínuo ou empenho ou vigor), DME (meditação) e HŪ (sabedoria).

Em outra interpretação faz-se uma ligação com os seis vícios que devem ser eliminados pela recitação do mantra, a saber: OṀ (orgulho), MA (inveja), ṆI (ambição), PA (ignorância), DME (avareza) e HŪ (raiva).

O 14º Dalai Lama interpreta ainda de outra forma: OṀ (atitudes, palavras e pensamentos puros de um bodhisattva), MAṆI (significa “joia” ou “luz” e simboliza o caminho, a prática, a ação ou a intenção de se iluminar), PADME (significa “lótus” e simboliza a sabedoria ou o conhecimento) e HŪ (simboliza o que não pode ser dividido ou separado, ou seja, a ação – karma – e o conhecimento – jñana – não se separam para que possamos alcançar a pureza em atitudes, palavras e pensamentos de um bodhisattva).




Muitas escolas dizem que o mantra completo inclui a sílaba HRĪḤ. Esta sílaba encontra-se no meio da maṇḍala e faz alusão à modéstia, à simplicidade, humildade e vergonha moral, que se deve ter na prática da ação e no estudo do conhecimento. Também é definida como a atitude de tomar cuidado e seriedade em relação às próprias ações, abstendo-se de ações não virtuosas e evitando-se o que é questionável.

Por ter sido muito difundido no budismo tibetano, este mantra é mais recitado em pali – a língua sagrada do budismo tibetano – que transliterado para o alfabeto românico fica: OM MANI PEME HUM HIRI





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