domingo, 30 de outubro de 2011

PRĀṆĀYĀMA



Prāāyāma significa o domínio do prāa (energia vital ou bioenergia) e, geralmente, é executado através de técnicas respiratórias. Estas técnicas têm como benefício comum:
  1. Harmonizar o sistema nervoso (sedando ou tonificando);
  2. Ativar o sistema endócrino;
  3. Massagear com o diafragma e os músculos abdominais todos os órgãos desta região;
  4. Estimular o sistema cardiovascular oxigenando intensamente o sangue.

Prāāyāma tem uma profunda influência sobre o psiquismo, pois atua intensamente em nosso corpo sutil, composto de emoções e pensamentos. Portanto, tem a capacidade de acalmar a mente, criando condições propícias ao seu desenvolvimento.

De um modo geral, as pessoas não sabem respirar, devido a uma série de comportamentos que se transformaram em vícios, tais como:

  1. Tipo de vestuário com roupas apertadas;
  2. Contração da barriga para mostrar um porte físico elegante;
  3. Má postura;
  4. Estresse tanto a nível físico quanto emocional e mental;
  5. Angústia causada pela vida moderna;
  6. Educação errônea quanto à forma de respirar.

Portanto, aqui se torna indispensável uma explicação sobre o mecanismo respiratório. Os pulmões não possuem musculatura própria que lhes permitam encher-se e esvaziar-se de ar. Quem produz seu enchimento e esvaziamento de ar é um músculo chamado “diafragma”. Esse músculo, com um formato de abóbada, separa a cavidade torácica da abdominal e sobre ele o homem pode exercer sua vontade, tornando a respiração um ato consciente. Quando inspiramos, o diafragma se contrai e abaixa-se, estufando a barriga, criando uma sucção no espaço interno da cavidade torácica e, conseqüentemente, uma entrada de ar nos pulmões. Esta sucção também acontece, por causa da ação sinérgica dos músculos intercostais que, além de estabilizar as costelas, ainda as tracionam suavemente para fora e para dentro. Quando expiramos o processo se inverte, expulsando o ar dos pulmões.

Desta forma, a maneira mais adequada de se respirar é o abdominal, trabalhando principalmente com a parte baixa dos pulmões. A respiração abdominal, além de trazer os grandes benefícios citados acima, faz também com que as toxinas do ar residual acumuladas na base dos pulmões sejam mobilizadas e expelidas. Para que este efeito ocorra, é importante que eduquemos a expiração. Temos que aprender a soltar o ar e a esvaziar os pulmões. Temos que ensinar um músculo chamado transverso do abdômen a se contrair. Este músculo está localizado na camada muscular mais profunda do abdômen e forma uma cinta que, ao se contrair, aperta e empurra o conteúdo abdominal (órgãos, vísceras, sangue e linfa) para cima. Simultaneamente, o diafragma relaxa-se e sobe para dar lugar aos órgãos e vísceras abdominais. Em conseqüência, com a diminuição do espaço interno torácico, o ar da base dos pulmões é expelido.

Esta prática tem grandes reflexos benéficos, tanto no corpo como na mente e na Alma. O ar que respiramos está associado à vida. Ele contém prāa (energia vital) e esta força é que sustenta a vida. Ao nascermos, fazemos a nossa primeira inspiração e, ao morrermos, a nossa última expiração. Sendo assim, associamos a inspiração com a vida e a expiração com a morte. Vemos a morte como um fato ruim e nefasto. Por isso, temos medo e aversão à expiração. Tentamos reter a inspiração enquanto pudermos e, desta forma, vamos acumulando ar em nossos pulmões. Deixamos de gerar espaço interno para receber o novo ar vitalizado e nos mantemos identificados e apegado ao ar desvitalizado que retemos em nossos pulmões. Não percebemos que estamos nos tornando desvitalizados, fracos, sem energia, tristes, angustiados e depressivos. Não percebemos que estamos muito mais próximos desse conceito de morte que nos identificamos.

Ter medo da morte é um grande engano. A morte é apenas um símbolo da transformação e da mudança de estado. Morremos todos os dias quando dormimos, milhares de células morrem em nosso corpo a cada instante e nem percebemos isso. Sem morte não há vida! Porque a morte renova a vida. Portanto, deixe as pequenas mortes de cada dia acontecerem com naturalidade. Deixe a vida se renovar a cada instante, para que a Alma possa crescer. Solte o controle!

Temos medo de deixar que algo, que supomos ser nosso, se vá e morra. Ficamos agarrados ao nosso mundo, as nossas crenças, as nossas idéias, as nossas criações, aos nossos negócios e, com isso, não expiramos, não evacuamos e não dormimos.

Agora, dê espaço a sua vida e comece a expirar! Permita que a roda gire! Torne-se uma pessoa revitalizada, forte, alegre, determinada e otimista! EXPIRE!!!

Experimente fazer uma expiração profunda e, em seguida, veja como o ar entra com força, determinação e otimismo. Veja como seu peito se expande, seu coração bate mais firme e seus sentidos se tornam mais alertas.

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