Neste período, entre o final de um ano e o começo do
ano seguinte, comemoramos três grandes eventos que estão interligados: o Natal,
o Ano Novo e o Dia dos Três Reis Magos.
Através desses três eventos, relembramos o mito do
nascimento, o nosso propósito nesta vida e o apoio que teremos do Universo,
traduzindo o renascimento interno de cada um.
Todos durante o signo de Capricórnio, que vibra a nossa capacidade de
nos responsabilizarmos pelos nossos próprios atos – período de grande tomada de
consciência.
A festa do Natal é o ato simbólico feito pela
humanidade para expressar um fenômeno cíclico do Sol que, para o hemisfério sul
se chama solstício de verão, quando o dia passa a ser mais longo que a
noite. Pois o Sol alcança o ponto mais
alto em seu aparente percurso na abóbada celeste. Ele é o primeiro a ser comemorado, logo na
entrada do Sol no signo de Capricórnio, o que significa que é hora de
avaliarmos e reestruturarmos nossa vida, ficando apenas com o essencial e
básico para que possamos prosseguir em nossa jornada. A energia de Capricórnio nos faz plantar as
sementes de nossas intenções em solo já enriquecido por nossas experiências passadas
e esperar, pacientemente, a colheita.
Cabe,
agora, fazermos um parêntesis para um comentário sobre Capricórnio. A energia de Capricórnio é dotada de grande
força e ela nos dá a fundamentação para que possamos realizar fortes revoluções
em nossa Alma e, conseqüentemente, na sociedade em que vivemos (família,
trabalho, cidade, país, planeta). A
energia de Capricórnio nos traz prosperidade e abundância, bem como novas
idéias, relações mais elevadas e expansão da consciência. O principal objetivo de Capricórnio é
manifestar a verdade e trazer as Almas para o caminho da verdade. Sua energia nos impulsiona ao trabalho
interno para que possamos sublimar e transfigurar nossa personalidade e nossa
vida. Capricórnio nos coloca na reta
conduta e nos desenvolve o desejo de fazer o bem. Com isso, ganhamos a benção dos Seres Iluminados,
da Hierarquia e do Universo.
Capricórnio
é representado por três símbolos distintos, conforme o seu nível de
espiritualidade. O primeiro – a cabra –
possui grande força de ambição para ganhar dinheiro e alcançar a satisfação
material. São altivos e bastante
trabalhadores e fazem de tudo para galgar altos postos. Neste estágio, é preciso que a cabra se
ajoelhe diante de uma poderosa força divina para quebrar sua altivez,
arrogância e orgulho. Deste modo,
Capricórnio se transforma no segundo símbolo – o crocodilo – e mergulha na lama
de seu ego inflado para vivenciar as exigências de seus karmas materiais, emocionais e mentais. Neste estágio, deve aprender a dominar a
matéria, o dinheiro, o sexo, o orgulho, as ambições materiais, o medo e os
sentimentos de solidão, além de desenvolver a criatividade, a intuição e o
contato com as forças divinas. Após esta
etapa, atinge o terceiro símbolo – o unicórnio – e sobe as montanhas da vida
com determinação, e através da força de vontade domina as dificuldades. Seu chifre no meio da testa é o símbolo da
determinação apontada para uma única direção; é o Guerreiro Iniciado. Assim, Capricórnio transcende a si mesmo e se
torna um grande guerreiro da luz, um grande servidor da humanidade.
Voltando ao nosso tema, a Festa de Ano Novo tem um
grande significado, pois coincide com a entrada do mês de janeiro, cujo nome
faz uma alusão a Jano Bifronte – deus romano de origem indo-européia. Esta figura mitológica representa o ponto de
passagem do passado para o futuro, ou seja, o presente. Com suas duas faces, uma voltada para trás,
olhando o passado, e outra voltada para frente, vislumbrando o futuro, ele
apresenta seus pés bem fincados ao chão, indicando que está firme no presente. Desta forma, ele pode observar todas as
mortes e nascimentos, todos os términos e começos, todos os erros e acertos,
todas as perdas e ganhos, enfim, todas as ações humanas. É com esta clareza que devemos fazer este
rito de passagem de um ano para o outro, com sua tradicional queima de fogos de
artifício e, através da pólvora, com sua mistura de fósforo e enxofre,
purifiquemos os nossos corpos, proporcionando espaço para o novo e renovando
nossos propósitos nesta existência.
No Natal, reverenciamos o nascimento de Jesus,
anunciado por uma estrela (a estrela de Bethlehein), símbolo do alvorecer de
uma nova luz. Essa estrela encaminhou
três Reis Magos – Baltazar, Melquior e Gaspar.
Eles expressam a universalidade do momento e a comunhão entre os povos,
pois vieram de pontos diferentes da Terra, de culturas e costumes
diversos. Foram norteados pela estrela para,
através dela, levar as bênçãos celestiais, oferecendo incenso, mirra e ouro. Os três presentes representam os três poderes
que o Universo nos concede para realizarmos nossos propósitos nesta vida. A mirra para que possamos ter força física e
saúde; o incenso para que possamos sublimar nossas tendências egóicas como o
orgulho, a avareza, a ira e a inveja; o ouro para que possamos ser sempre uma
luz espiritual para o mundo.
Outros dois símbolos participam deste período que vai desde antes do
Natal até Dia de Reis: A Árvore de Natal e Papai Noel. A Árvore de Natal representa a Árvore da
Vida, que com suas raízes profundas agarra-se a Terra e com seu tronco esguio e
ereto se abre aos Céus, estabelecendo a relação entre o Céu e a Terra. Seus enfeites são nossos frutos, nossas
criações mais valorosas e belas – o que temos de melhor a oferecer para as
pessoas. A seus pés, se acomodam os
presentes, ou seja, aquilo que o Universo nos reservou para que continuemos em
nossa trajetória evolutiva.
O Papai Noel é o símbolo da sabedoria e da tradição, com suas longas
barbas e extenso caminho percorrido até nossos lares. Sendo o sábio, o Mestre Interno de cada um de
nós, ele distribui os presentes, os frutos que cada um receberá, conforme a
trajetória que cumpriu com suas ações até então. Sua roupa vermelha é o símbolo da alegria e
do princípio da vida, é o brilho do fogo inicial, sempre renovado, que cada um
de nós trás dentro de si.
Que neste período procuremos nos lembrar e cultuar a magia deste
momento!
NAMASTE
Roberto Nogueira