sábado, 3 de novembro de 2012

A FESTA DO NATAL, ANO NOVO E DIA DE REIS


Neste período, entre o final de um ano e o começo do ano seguinte, comemoramos três grandes eventos que estão interligados: o Natal, o Ano Novo e o Dia dos Três Reis Magos.
Através desses três eventos, relembramos o mito do nascimento, o nosso propósito nesta vida e o apoio que teremos do Universo, traduzindo o renascimento interno de cada um.  Todos durante o signo de Capricórnio, que vibra a nossa capacidade de nos responsabilizarmos pelos nossos próprios atos – período de grande tomada de consciência.
A festa do Natal é o ato simbólico feito pela humanidade para expressar um fenômeno cíclico do Sol que, para o hemisfério sul se chama solstício de verão, quando o dia passa a ser mais longo que a noite.  Pois o Sol alcança o ponto mais alto em seu aparente percurso na abóbada celeste.  Ele é o primeiro a ser comemorado, logo na entrada do Sol no signo de Capricórnio, o que significa que é hora de avaliarmos e reestruturarmos nossa vida, ficando apenas com o essencial e básico para que possamos prosseguir em nossa jornada.  A energia de Capricórnio nos faz plantar as sementes de nossas intenções em solo já enriquecido por nossas experiências passadas e esperar, pacientemente, a colheita.
Cabe, agora, fazermos um parêntesis para um comentário sobre Capricórnio.  A energia de Capricórnio é dotada de grande força e ela nos dá a fundamentação para que possamos realizar fortes revoluções em nossa Alma e, conseqüentemente, na sociedade em que vivemos (família, trabalho, cidade, país, planeta).  A energia de Capricórnio nos traz prosperidade e abundância, bem como novas idéias, relações mais elevadas e expansão da consciência.  O principal objetivo de Capricórnio é manifestar a verdade e trazer as Almas para o caminho da verdade.  Sua energia nos impulsiona ao trabalho interno para que possamos sublimar e transfigurar nossa personalidade e nossa vida.  Capricórnio nos coloca na reta conduta e nos desenvolve o desejo de fazer o bem.  Com isso, ganhamos a benção dos Seres Iluminados, da Hierarquia e do Universo.
Capricórnio é representado por três símbolos distintos, conforme o seu nível de espiritualidade.  O primeiro – a cabra – possui grande força de ambição para ganhar dinheiro e alcançar a satisfação material.  São altivos e bastante trabalhadores e fazem de tudo para galgar altos postos.  Neste estágio, é preciso que a cabra se ajoelhe diante de uma poderosa força divina para quebrar sua altivez, arrogância e orgulho.  Deste modo, Capricórnio se transforma no segundo símbolo – o crocodilo – e mergulha na lama de seu ego inflado para vivenciar as exigências de seus karmas materiais, emocionais e mentais.  Neste estágio, deve aprender a dominar a matéria, o dinheiro, o sexo, o orgulho, as ambições materiais, o medo e os sentimentos de solidão, além de desenvolver a criatividade, a intuição e o contato com as forças divinas.  Após esta etapa, atinge o terceiro símbolo – o unicórnio – e sobe as montanhas da vida com determinação, e através da força de vontade domina as dificuldades.  Seu chifre no meio da testa é o símbolo da determinação apontada para uma única direção; é o Guerreiro Iniciado.  Assim, Capricórnio transcende a si mesmo e se torna um grande guerreiro da luz, um grande servidor da humanidade.
Voltando ao nosso tema, a Festa de Ano Novo tem um grande significado, pois coincide com a entrada do mês de janeiro, cujo nome faz uma alusão a Jano Bifronte – deus romano de origem indo-européia.  Esta figura mitológica representa o ponto de passagem do passado para o futuro, ou seja, o presente.  Com suas duas faces, uma voltada para trás, olhando o passado, e outra voltada para frente, vislumbrando o futuro, ele apresenta seus pés bem fincados ao chão, indicando que está firme no presente.  Desta forma, ele pode observar todas as mortes e nascimentos, todos os términos e começos, todos os erros e acertos, todas as perdas e ganhos, enfim, todas as ações humanas.  É com esta clareza que devemos fazer este rito de passagem de um ano para o outro, com sua tradicional queima de fogos de artifício e, através da pólvora, com sua mistura de fósforo e enxofre, purifiquemos os nossos corpos, proporcionando espaço para o novo e renovando nossos propósitos nesta existência.
No Natal, reverenciamos o nascimento de Jesus, anunciado por uma estrela (a estrela de Bethlehein), símbolo do alvorecer de uma nova luz.  Essa estrela encaminhou três Reis Magos – Baltazar, Melquior e Gaspar.  Eles expressam a universalidade do momento e a comunhão entre os povos, pois vieram de pontos diferentes da Terra, de culturas e costumes diversos.  Foram norteados pela estrela para, através dela, levar as bênçãos celestiais, oferecendo incenso, mirra e ouro.  Os três presentes representam os três poderes que o Universo nos concede para realizarmos nossos propósitos nesta vida.  A mirra para que possamos ter força física e saúde; o incenso para que possamos sublimar nossas tendências egóicas como o orgulho, a avareza, a ira e a inveja; o ouro para que possamos ser sempre uma luz espiritual para o mundo.
Outros dois símbolos participam deste período que vai desde antes do Natal até Dia de Reis: A Árvore de Natal e Papai Noel.  A Árvore de Natal representa a Árvore da Vida, que com suas raízes profundas agarra-se a Terra e com seu tronco esguio e ereto se abre aos Céus, estabelecendo a relação entre o Céu e a Terra.  Seus enfeites são nossos frutos, nossas criações mais valorosas e belas – o que temos de melhor a oferecer para as pessoas.  A seus pés, se acomodam os presentes, ou seja, aquilo que o Universo nos reservou para que continuemos em nossa trajetória evolutiva.
O Papai Noel é o símbolo da sabedoria e da tradição, com suas longas barbas e extenso caminho percorrido até nossos lares.  Sendo o sábio, o Mestre Interno de cada um de nós, ele distribui os presentes, os frutos que cada um receberá, conforme a trajetória que cumpriu com suas ações até então.  Sua roupa vermelha é o símbolo da alegria e do princípio da vida, é o brilho do fogo inicial, sempre renovado, que cada um de nós trás dentro de si.
Que neste período procuremos nos lembrar e cultuar a magia deste momento!
NAMASTE
Roberto Nogueira

domingo, 12 de agosto de 2012

CHAMA VIOLETA - A ENERGIA DE SHIVA


A Chama Violeta é uma das maiores dádivas que o Universo nos concedeu.  Também denominada Chama do Perdão, da Misericórdia e da Liberdade, é o aspecto transformador do Espírito Santo (a força de Shiva).  Quando invocada, a sua ação é completa: transmuta nossas tendências negativas, cura o nosso corpo e nossa Alma, elevando nossa consciência.

Esta energia de frequência elevada penetra o nosso sistema nervoso, nosso coração, nosso cérebro, aumentando assim a nossa energia, e assegurando-nos uma vida melhor.  Quando a Chama Violeta entra em contato com nossos pensamentos e sentimentos negativos - estresse, raiva, mágoas, tristezas, depressão - dissolve-os e gera harmonia e positividade.  este fogo espiritual consome não apenas a manifestação externa de nossas limitações, carências e apegos, como também as suas raízes e causas, além de penetrar na memória de vidas passadas, purificando seus registros.

A Chama Violeta é prática e fácil de usar.  A forma mais poderosa de usá-la é através da visualização enquanto você recita em voz alta os decretos e afirmações.  Partimos do princípio de que "o pensamento cria e a palavra manifesta".

A Chama Violeta é, portanto, um processo de transmutação e purificação, através de um intenso trabalho mental, que nos ajuda a transpor obstáculos gerados por nossos condicionamentos e atitudes viciosas e repetitivas. O uso constante do processo de mentalização da Chama Violeta cria uma esfera de prosperidade, sucesso, otimismo, alegria, espontaneidade, clareza mental e saúde em nosso campo bio-psico-espiritual. Quando fazemos essa reforma interna, ajudamos o mundo a se reformar. 


sábado, 5 de maio de 2012

FESTIVAL DE WESAK - MOMENTO DE FECUNDAR-SE


Este é o período mais importante e bonito do ano.  No hemisfério sul, estamos em pleno outono, época de dar frutos; enquanto no hemisfério norte, estamos em plena primavera, período das flores.  As flores significam as nossas ações e os frutos simbolizam as nossas atitudes adequadas ao receber o fruto de nossas ações.  Além disso, maio está sob a influência, quase que em todo seu período, da constelação de Taurus, e esta, emana a energia da iluminação, da aspiração divina e da compaixão, para aqueles que já alcançaram um nível mais profundo de consciência, apesar de que para aqueles que ainda se encontram num nível mais superficial de consciência, a energia de Taurus se empobrece e se manifesta como desejos materiais, sedução e cobiça.  Portanto, maio nos chama para mergulharmos no grande útero cósmico em busca da nossa semente primordial, para que, diante dela, apresentemos nossas ações, como também, nossas atitudes ao receber o fruto de nossas ações e a fecundemos com nossas intenções mais nobres e puras.  Isto nos propicia a ligação de nosso Eu inferior pessoal com o Eu superior impessoal.  Desta forma, o mês de maio é dedicado à energia feminina, que todos, homens e mulheres, trazem dentro de si.
A lua cheia de Áries traz o aspecto masculino do pai, da ressurreição; é a redescoberta ou renascimento de uma nova consciência e está consagrada ao Cristo ressuscitado (Festa da Ressurreição).  A energia de Áries é ardente e impulsiva; ela leva a humanidade ao avanço e progresso, à renovação do propósito divino.


Já a lua cheia de Taurus, que normalmente ocorre em maio, traz o aspecto feminino da mãe, do grande útero ou do cálice sagrado. Na Índia, este mês corresponde ao período chamado de Vaishakha e que ficou conhecido por nós como Vesak ou Wesak.  Essa lua é considerada a de Buddha (Festa de Wesak), pois homenageia o seu nascimento e fala do auto-conhecimento, da iluminação e da compaixão.  A lua cheia de Taurus é o momento máximo da fecundidade, onde os três grandes centros do planeta – a Humanidade, a Hierarquia e a Divindade – se vinculam e se fundem com os centros cósmicos – estrela Sírius, Ursa Maior (hemisfério norte) ou Cruzeiro do Sul (hemisfério sul) e constelação de Taurus – liberando assim energias potentes sobre o planeta Terra.  Essas três Grandes Vidas ou Constelações são canais da energia da iluminação, do amor, da compaixão e do poder volitivo.  Essa época do ano é única, devido às combinações dessas energias e ao seu efeito sobre a natureza humana.  É nessa época do ano que temos a oportunidade de fecundarmos em nós mesmos o propósito divino renovado durante a lua cheia de Áries, para expressá-lo e expandi-lo durante a lua cheia de Geminis (Festa da Humanidade).
Em outras culturas, o mês de maio é dedicado pelos católicos a Nossa Senhora (a grande mãe da humanidade, que promove a irradiação do Amor Divino); pelos budistas a Siddartha Gautama (o Buddha, que se iluminou pela compaixão); na umbanda, aos Preto Velhos (símbolo da sabedoria, da bondade e da pacificação).  Outros eventos como libertação dos escravos e dia do trabalho também são comemorados neste mês e expressam o amor e a compaixão como sentimentos principais. A data da abolição da escravatura (13 de maio de 1888) indica uma forte tendência às aspirações da liberdade e da compaixão, enquanto o dia do trabalho (1º de maio) manifesta a energia do amor, da dedicação, da fraternidade, da união e da alegria, pois não há trabalho digno sem essas características.  E todas essas energias representam o aspecto emocional que é feminino. Assim, não é à toa que maio foi escolhido como o mês das noivas e das mães.
Salve Maria, a Grande Mãe!  Tu és a LUZ DO MUNDO, CHEIA DE GRAÇA!
Salve Buddha, o Iluminado!  Despertai a COMPAIXÃO EM TODOS OS SERES!
Salve Preto Velho!  Iluminai-nos com sua PAZ, SABEDORIA E BONDADE!
Salve a todos os homens de BOA VONTADE!  Sejais a ESPERANÇA DO MUNDO!

OM  SHANTI  PREMA  OM

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

QUANDO YOGA NÃO É PERIGOSO


Deve-se deixar bem claro que Yoga não é ginástica, apesar de incorporar em suas inúmeras técnicas a prática corporal.  Yoga não é esporte; a não ser que queiramos disputar uma partida com nosso Eu divino.  Yoga não é para endireitar barriguinhas, nem tornar o corpo sarado; porque Yoga é uma prática para o regozijo interno e não precisa de espelhos para ver a “performance” – os olhos devem estar fechados.
         Poderíamos definir Yoga de várias maneiras, como:
\      Uma forma de se atingir estados de consciência superiores;
\      Um conjunto de práticas que visam à integração do Ser;
\      A união do Ser com Deus, liberando o ser humano das prisões do mundo;
\      A realização de uma perfeita e completa autonomia;
\      A liberação do homem do sofrimento e da dor;
\      A experiência da infinitude em nossa própria forma finita.
O Yoga é uma prática espiritual, que tem como ferramentas o corpo e a mente.  Através de sua prática, construímos estas ferramentas (corpo e mente) para que, a partir delas, alcancemos o pleno estado de lucidez, discernimento e sabedoria – a iluminação ou o reconhecimento de que já somos a Luz divina.  O Yoga é muito abrangente e comporta inúmeras abordagens.  Através do Yoga, adquirimos um corpo saudável e uma mente tranqüila.  Mas, isso não é tudo.  Precisamos da mente e do corpo em harmonia para mergulharmos no oceano do espírito, em busca do reconhecimento da Luz, dissipando a ignorância – a raiz de todos os apegos e aversões.  O maior propósito do Yoga é neutralizar os efeitos causados pelas impressões mentais de apegos e aversões.  Esses dois vilões geram os seis principais venenos (desejo, ódio, avareza, ilusão, orgulho e inveja).


       Usamos o Yoga como terapia, preparador físico e restaurador da mente.  Porém, ele transcende este campo e é este conceito que devemos ter sempre na mente quando a praticamos.
          Enfim, o Yoga não pode ser considerado uma panacéia universal, mas é uma sabedoria milenar que se torna muito útil ao homem do século XXI, ao novo homem que está surgindo, não em substituição ao homem atual, mas em constatação realista de uma evolução natural.  O Yoga ajudará o novo homem na medida em que ajuda o homem atual.
Sabemos que o mundo vem passando por transformações em todos os campos da vida.  Parece que o planeta se prepara para uma grande mudança.  Basta lermos os noticiários!  Vivemos, assim, uma crise coletiva – valores, conceitos, crenças, afetos, deveres e direitos estão mudando; invertidos, transfigurados ou travestidos ou ainda sei lá como mais.  A crise individual se alastra numa crise coletiva e a crise coletiva influencia a crise individual.  Somos vítimas e predadores simultaneamente.  O planeta vive a turbulência, a natureza reage e nós nos comprimimos, nos achatamos, enfraquecemos e adoecemos.
          No mundo de hoje, sermos dotados de uma percepção mais clara e elevada, para suportarmos as pressões impostas pela alta tecnologia da vida moderna das grandes metrópoles, tornou-se quase que uma obrigação.  Para tal, o estado de integração (corpo, respiração e mente) e de se sentir inteiro em si mesmo é o caminho.  E uma das grandes jóias que dispomos para integrar este tríplice aspecto do Ser é a filosofia prática do Yoga.
Na forma de doenças físicas e psíquicas, sinalizando o que deve ser transformado, tais crises nos levam ao questionamento: “Quem sou eu?  Por que vivo?  Por que sofro?  Para onde vou?  Qual a verdadeira felicidade?”  E é desta crise que está surgindo o novo homem.  Para sanarmos esta crise e nos transformarmos, podemos usar o Yoga como método organizado e prático, pois podemos classificá-lo como uma terapia completa – uma terapia divina.
O maior e mais profundo objetivo da Alma humana é realizar Deus dentro de si, ou seja, alcançar a plenitude de sua consciência.  Procuramos as mais diversas terapias quando nos sentimos desajustados, desorganizados ou desequilibrados em relação às nossas atitudes e ao meio em que vivemos; enfim, quando nos sentimos incapazes e insatisfeitos.  Isto ocorre porque estamos distantes de nossa essência divina, encobertos por um grosso manto de quinquilharias mentais e emocionais gerados pela nossa falta de discernimento.  Em última análise, absorto em nossa ignorância, enxergando apenas a pequenez da vida – o lado ilusório ou impermanente, ao qual nos identificamos.
Partindo desta premissa, podemos dizer com segurança que o Yoga, através de uma revolucionária e definitiva transformação interior, é a maior e mais profunda das terapias.  O Yoga é um sistema completo: trata do corpo, ajusta as emoções, remove os condicionamentos mentais, refina o intelecto e nos mostra o poderoso potencial divino que existe em nós.
Patañjali, grande filósofo, matemático e gramático da Índia antiga, distingue nos Yoga-sutras oito aspectos a serem trabalhados e que estão inteiramente correlacionados.  Esses aspectos dão ao Yoga atual o lugar da mais completa prática terapêutica existente.  Vejamos:
1º.  O Yoga é dotado de uma base ética e filosófica (yamas e niyamas) que nos dá material de sobra para nos trabalharmos ao nível comportamental, como, entre outras, a verdade (satya) nas palavras e ações, a não-violência (ahimsa) para consigo e com os outros, a disciplina (tapah) no esforço contínuo de crescimento e o contentamento (santosha) que nos dá a aceitação do momento presente e nos deixa livres para aprender.  Devemos incorporar esta base ética, tanto durante a prática como em nossos afazeres diários.
2º.  O Yoga dispõe de um grande número de posturas físicas (asanas), que se originaram no tantra, para que possamos trabalhar a tonicidade, a flexibilidade e a força muscular, além da correta acomodação e funcionamento dos órgãos internos, o equilíbrio, a coordenação motora e a consciência de nosso corpo.  Isto, sem falar no equilíbrio energético que produz nos corpos sutis.  Para garantirmos esses efeitos, devemos caminhar passo a passo, numa conquista lenta e minuciosa.  Devemos respeitar nosso corpo na execução de cada postura, trabalhando a não-violência.  Devemos entender que a postura correta varia para cada pessoa, pois temos as nossas diferenças.  O correto é que façamos o esforço na medida e direção certa, o que requer um mestre que tenha sensibilidade para perceber as pequenas diferenças que existem entre o seu corpo e o do aluno.
3º.  O Yoga conta também com inúmeras práticas respiratórias (pranayamas) oriundas do tantrismo que, além de beneficiar o aparelho cárdio-respiratório e o sistema nervoso, favorece a eliminação do estresse gerado pelo sobressalto da vida moderna.  Sabemos hoje que o respirar bem é um grande aliado nos trabalhos de controle da ansiedade, do medo, da ira e do apego.  Mas, para alcançar tais efeitos, precisamos avançar com cautela, sem exageros, adaptando seu sistema nervoso a um novo incremento de oxigênio e energia, para que não haja danos.  Isto, só se alcança, quando somos guiados por um professor que tenha bom senso, paciência e saiba, bem como respeite os limites do ser humano.
4º.  O Yoga utiliza ainda várias técnicas de relaxamento que ajudam o praticante a se desidentificar dos estímulos externos (pratyahara), dirigindo o foco de sua atenção para as suas questões mais profundas.  Desta forma, ele descobre seus potenciais escondidos nas defesas traumáticas criadas por um ego ainda identificado com a forma.  Esta viagem deve ser acompanhada por alguém que conheça profundamente os meandros e as artimanhas da mente humana.
5º.  Por fim, o Yoga possui um grande número de técnicas de superação dos sentidos e da mente (samyama) que nos leva a um mergulho interior, transcendendo os limites da mente e acessando o campo da potencialidade pura, do pensamento puro, a correlação pura, enfim, o campo quântico das infinitas possibilidades.  Samyama é o conjunto das práticas de concentração (dharana), meditação (dhyana) e encontro divino (samadhi) que nos faz ultrapassar o trivial campo do inconsciente, ou seja, o pré-consciente e o subconsciente, onde ficam registrados a nossa memória, nossos condicionamentos e automatismos, nosso raciocínio lógico e nossa identificação com o ego, para tocarmos o mais puro campo de luz, amor e paz do Ser verdadeiro.  Desta forma, temos condições de sanar nossos traumas, frustrações, inseguranças e limitações ao reconhecermos que não somos aquelas quinquilharias guardadas no inconsciente, as quais costumamos nos identificar.
Por estas razões, apesar de não ter sido organizado para ser uma terapia, o Yoga acaba se colocando como tal, devido à revolucionária e definitiva transformação que promove naquele que a pratica.  Que possamos alcançar em algum momento de nossas infinitas existências a luz eterna, o amor incondicional e a paz imperturbável!
Mas, lembrem-se: Yoga é um caminho espiritual.